No
dia 23 de Maio, sexta-feira, pelas 18 horas, vai decorrer, na
Biblioteca Municipal António Ramos Rosa, Faro, a apresentação do livro Sonhos de Emigrante – À Janela da Vida,
vol. II do espólio do poeta Clementino Domingos Baeta. Edição da APEOralidade, a
obra traz a apresentação crítica do investigador da oralidade J. Ruivinho
Brazão e é prefaciada por João David Pinto-Correia, José Victor Adragão, Maria
Aliete Galhoz e António de Abreu Freire.
Clementino
Baeta nasce em São Lourenço de Almancil (25 de Janeiro de 1913). Cresce num
contexto de sensibilidade à música, à dança, ao canto, à poesia. Pela mão do
pai e do avô, ambos com veia poética, aos 6 anos de idade, já escuta A. Aleixo,
nas tertúlias da Bordeira (Santa Bárbara de Nexe). Aos 11 anos, já se atreve a
aparecer com um poema que lhe merece o aplauso de Mestre Aleixo: e este, em sua
fraca voz, vai depois procurar o pequeno adolescente como apoio para cantar, sobretudo
nas feiras de Almancil e Loulé e antevê, com palavras proféticas, o futuro
poético do discípulo.
Trabalha
na agricultura ao lado do pai e é limpador de árvores na Quinta do Lago.
Envolve-se, muito ativo, nos palcos das sociedades recreativas da Região, onde
se releva na poesia, no canto, no teatro, no fado. Quando aos 50 anos Aleixo se
apaga, tem ele 28 anos de idade: são 22 anos de contacto não indiferentes para
a sua sensibilidade poética.
Parte
para Venezuela aos 34 anos (7. maio.1955) e vem a regressar aos 59 (9.
Nov.1980): uma odisseia de 25 anos de ausência. E é então que o surpreende o
investigador da oralidade. O poeta retoma o convívio com os amigos e reassume
com alegria o seu lugar nas tertúlias poéticas: e o professor tem o privilégio
de o acompanhar durante 8 anos. Aos 27.fev.1988, estando preparado para edição
o vol. I, a morte surpreende-o, vindo gorar-lhe a expetativa que trazia de
viver ainda os melhores dias da sua vida. O nosso aedo deixa um espólio que, no
contexto da expressão popular, é digno de atenção.
A
apresentação da obra cabe ao Dr. José
Vítor Adragão e ao Professor Doutor
João Minhoto da Universidade do Algarve.
Gostaríamos
muito de poder contar com a sua presença.
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