Livro a adquirir na APEOralidade
Lengalengas e Trava-línguas recolhidos em Paderne (Albufeira),
envolvendo testemunhos de Loulé e outras comunidades
Estão Vivas as Linquintinas
Tradicionais em Portugal
Palavra, prazer e jogo na boca do
povo
Estão Vivas as Linquintinas
Tradicionais em Portugal, com
o subtítulo Palavra, prazer e jogo na
boca do nosso povo, é a primeira de duas publicações de caráter lúdico
anunciadas pela Associação de Pesquisa e Estudo da Oralidade, Albufeira: a
segunda sairá com o título de Estão Vivas as Adivinhas Tradicionais em
Portugal. Com 224 páginas, a publicação oferece-nos mais de 1100
lengalengas e trava-línguas, recolhidos em Paderne (Partes I e II) a que se acrescentam,
em visão contrastiva, enunciados de outras comunidades (Parte III). A
publicação enquadra-se na ação de pesquisa do Património Imaterial que, depois
de em 1994 assentar nos dois micro-campos de Paderne e Boliqueime, veio a dar
origem à APEOralidade.
Surpreende-nos
na publicação, depois do Índice Geral, uma dedicatória a duas das “Moças
Nagragadas”: Almerinda Coelho e Donzelica Rosendo, informantes que se evidenciaram
na recolha das linquintinas. Segue-se um prefácio breve de Maria Isabel
Mendonça Gomes, cuja dignidade o público bem conhece pelo destaque da docente,
da formadora e da autora no domínio da Educação de Infância. Assinala, a
seguir, a Professora Doutora Joana Lessa a intervenção da Universidade na
ilustração da obra, que decorreu sob sua orientação no âmbito da Unidade Curricular “Design de
Comunicação III”, conforme projeto de colaboração que envolveu o Curso de
Design de Comunicação da Escola Superior de Educação e Comunicação da
Universidade do Algarve e a APEOralidade, iniciativa a que se associou a FNAC
Algarve premiando o aluno em destaque na ilustração.
Na Introdução
Crítica, p. 15 a 36, o autor e investigador da oralidade dá-nos conta de como,
na procura dos provérbios, vieram inesperadas ao seu encontro as linquintinas. Aponta
as estratégias que conduziram à recolha das mesmas. Adentro do género lúdico,
onde inclui as adivinhas, empenha-se, particularmente, na análise da
linquintina – enunciados que fluem espontâneos, graciosos e apetecíveis de
ouvir e dizer, rápidos e transparentes como água que sai da fonte - e atreve-se
à noção distintiva das duas espécies: lengalenga e trava-língua. Explicita e
justifica os critérios de procedimento que tomou na ordenação do corpus da obra
que dispõe em três partes: a primeira, constituída pelas lengalengas,
distribuídas por oito vertentes; a segunda, constituída pelos trava-línguas; a
terceira reúne testemunhos colhidos noutras comunidades, nomeadamente, Albufeira,
Loulé e São Brás. Enumeram-se objetivos; explicitam-se critérios de transcrição
gráfica; esclarecem-se as siglas e as abreviaturas utilizadas.
Notas
esclarecedoras percorrem e acompanham, em todo o percurso, o corpus das linquintinas.
Do gesto solidário,
em que Cultura e Universidade se dão as mãos e esta desce ao terreno com saberes especializados, resulta uma singular harmonia
da sensibilidade artística pictórica e da criatividade do imaginário artístico
linguístico: e esta ilustração constitui para o leitor o primeiro atrativo da
publicação, cuja leitura a seguir o confirma.
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